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sexta, 13 de junho de 2025
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Comerciante paga pensão mais cara ao filho após “ostentar” na internet i373j

Comerciante paga pensão mais cara ao filho após “ostentar” na internet

Uma recepcionista de 29 anos conseguiu provar que o ex-marido, um comerciante, 29, ganha mais do que havia declarado à Justiça e com isso garantir uma pensão maior para o filho do casal, de 4 anos. O homem alegava que ganha um salário mínimo e só podia pagar R$ 400 de pensão, mas após ter sido descoberto ostentando alto padrão de vida regado a shows, baladas, finais de semana em resorts além de possuir carro de luxo e até lancha teve a pensão estipulada provisoriamente para R$ 1.874,00, valor que pode ficar até maior, conforme decisão do juiz. Foram 13 de anos de convivência, entre namoro e casamento. Da união nasceu o filho, 4. Há um ano e nove meses o casamento chegou ao fim, e ela afirma que desde então ele nunca contribuiu com nada para a criança. Para convencer a Justiça que não tem condições financeiras ele chegou a vender bens do casal e não dividiu os lucros a ex-mulher.

“Tentei um acordo verbal, ele alegava que só poderia dar R$ 400,00 e nunca deu, mesmo recebendo cerca de R$ 4 mil mensais. Ele chegou a me pedir para abrir mão da minha parte na loja que tínhamos juntos em troca de uma pensão maior, mas discordei, pois são coisas diferentes. A loja era um bem nosso, a pensão é um direito do nosso filho”.

Com a orientação da advogada Kelly Andrade, a comerciante moveu uma ação contra o ex-marido, em julho de 2016. “Chegamos a comprovar que ele ganhava até R$ 10 mil, porque o faturamento da empresa do pai dele é muito alto, e ele é gerente e tira do caixa o valor que quer”, afirmou a advogada.

Para provar que o ex-marido tem uma vida de luxo, a comerciante criou perfis fakes, nas redes sociais, para conseguir as fotos das ostentações.

“E com a ajuda de amigos em comum consegui monitorar viagens para resorts, festas na lancha que ele alegava na justiça que não tinha, e fotos em camarote de um show cujo ingresso era R$ 400,00”.

Segundo a advogada em setembro de 2016 o juiz estipulou pensão provisória no valor de R$ 1.874,00, que, alega a ex-esposa nunca foi pago. “Já comuniquei à Justiça, mas ele sempre recorre. E depois da última decisão judicial até bloqueou, de todas as formas, seus perfis em redes sociais, e proibiu parentes de postarem fotos, para não flagrarem sua ostentação”, diz a recepcionista.

Alguns pais quando se divorciam das mães acham que se divorciaram dos filhos também

Kelly Andrade, advogada

O processo segue em curso e de acordo com Kelly ainda não tem data definida para sair a setença. Com a decisão, o valor pode variar para mais ou para menos.

Hoje os gastos da criança são arcados pela mãe e pelo avô materno. “A pensão é uma coisa que ele deveria dar de bom grado, e ainda tem a demora da justiça, a situação já se arrasta há um ano e nove meses. Toda vez que sai um mandado de prisão ele entra com recurso e diz que não tem condições de pagar”, lamenta a recepcionista.

De acordo com Kelly casos como o da recepcionista são comuns. Ela afirma que para assegurar à criança o direito à pensão é preciso que o responsável por ela faça como sua cliente fez.

“É preciso comprovar na justiça a situação econômica do pai e a necessidade do filho. Observo que alguns pais quando se divorciam das mães acham que se divorciaram dos filhos também”.

Ela explica que quando o pai não tem renda comprovada o valor da pensão alimentícia é fixado sobre o salário mínimo, porém, não há um percentual fixado em lei. “O juiz o faz de acordo com a possibilidade de o pai pagar e a necessidade de o filho receber, o que chamamos de binômio”, diz.

PROJETO DE LEI

Condenados podem ter que pagar por tornozeleira

Condenados monitorados eletronicamente podem ar a arcar com o custo da tornozeleira. A possibilidade foi aberta por projeto de lei 310/2016 do senador Paulo Bauer (PSDB-SC), aprovado nesta quarta-feira (13) por unanimidade na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Caso não haja recurso para votação em Plenário, o projeto segue para a Câmara dos Deputados.

A relatora, Simone Tebet (PMDB-MS), apresentou parecer favorável, com duas emendas. Uma estabelece punições para o preso que não pagar, que podem ir de advertência à volta para o regime fechado. A outra emenda permite que o Estado custeie a tornozeleira do condenado sem condições financeiras.

“Nada mais justo que os presos que não são de alta periculosidade possam aguardar a sentença dentro de seus domicílios. Só não o fazem porque os estados não têm condições de arcar com esse custo. O preso vai pagar R$ 350, R$ 400 por mês, garantindo economia aos cofres públicos, diminuindo a superlotação nos presídios e impedindo que se aliciem os presos de menor periculosidade”, explicou Simone.

O projeto altera a Lei de Execução Penal. Segundo o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), a despesa média mensal por pessoa monitorada oscile entre R$ 167 e R$ 660.

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Gazeta Online